terça-feira, 30 de março de 2010

ROMANTISMO EM PORTUGAL E NO BRASIL

  • INÍCIO DO ROMANTISMO: final do século XVIII, na Alemanha e na Inglaterra, passando pela França e, aos poucos, espalhando-se por toda Europa de onde se difundiou para a América
  • FIM DO ROMANTISMO: primeira metade do século XIX, quando apareceram as primeiras manifestações realistas.

CONTEXTO HISTÓRICO:

  • Disputas de poder e revoluções;
  • REVOLUÇÃO FRANCESA: Consolidou a transferência do absolutismo para o liberalismo;
  • Ascenção da burguesia.

CARACTERÍSTICAS:

  • Individualismo: O "eu" é a figura principal; predomínio da primeira pessoa;
  • Emoção: subjetivismo, imaginação, desejos, expressão do "eu interior";
  • Escapismo ou evasão: refúgio na natureza, lugar ainda não corrompido; nos sonhos, substituindo as dores da vida real; na morte, vista como algo positivo e constantemente inovcada; vida boêmia; culto da solidão; gosto pelo passado, lugares exóticos e mórbidos;
  • Liberadade de criação: abandono das formas fixas dos modelos clássicos (ode, soneto, decassílabos, etc.); abandono das rimas e valorização dos versos brancos (versos não rimados); mistura dos gêneros; neologismos (palavras novas); aproximação da linguagem literária da coloquial;
  • Nacionalismo: valorização da pátria, dos heróis nacionais e do passado histórico. Portugal: cavaleiros e heróis medievais; Brasil: "mito do bom selvagem" - índio idealizado, sempre bom, forte e bonito;
  • Religiosidade: opõe-se ao paganismo da escola anterior; redescobrem-se as fontes bíblicas, principalmente as derivadas do cristianismo;
  • Idealização do amor e da mulher: Amor - essência da vida, sentido de tudo; mulher - objeto do amor romântico, divinizada, cultuada, misteriosa, pura (virgem).

ROMANTISMO EM PORTUGAL

  • INÍCIO DO ROMANTISMO EM PORTUGAL: 1825, com a publicação do poema Camões, de Almeida Garret.
  • FIM DO ROMANTISMO EM PORTUGAL: 1865, Com a Questão Coimbrã, que marca o início do Realismo.

GERAÇÕES OU MOMENTOS DO ROMANTISMO PORTUGUÊS (autores e obras):

  • Primeiro momento: autores ainda presos a certos valores neoclássicos: Almeida Garrett (Camões, Folhas Caídas, Viagens na minha terra, Um auto a Gil Vicente, Frei Luís de Sousa) e Alexandre Herculano (Eurico, o presbítero);
  • Segundo momento (Ultra-romantismo): Intensificação das características românticas, que são levadas ao exagero: Soares de Passos (O noivado no sepulcro) e Camilo Castelo Branco (Amor de Perdição);
  • Terceiro momento: Prenúcio do Realismo, distanciamento das características românticas do período inicial: João de Deus (Campos de flores) e Júlio Diniz (As pupilas do senhor reitor).

ROMANTISMO NO BRASIL

  • INÍCIO DO ROMANTISMO NO BRASIL: 1836 - publicação de "Suspiros poéticos e saudades", de Gonçalves Magalhães e da Revista Niterói, na França;
  • FIM DO ROMANTISMO NO BRASIL: 1881 - publicação de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", romance realista de Machado de Asiss e publicação de "O Mulato", romance naturalista de Aluísio de Azevedo.

AS GERAÇÕES ROMÂNTICAS NO BRASIL (POESIA)

  • Romantismo brasileiro - dá início à chamada Era Nacional da nossa literatura:

  • ERA NACIONAL DA LITERATURA BRASILEIRA:
  • ROMANTISMO (séc. XIX)
  • REALISTMO-NATURALISMO (séc. XIX)
  • PARNASIANISMO (séc. XIX)
  • SIMBOLISMO (séc. XIX)
  • PRÉ-MODERNISMO (séc XIX)
  • MODERNISMO (séc. XX)

AS GERAÇÕES ROMÂNTICAS NO BRASIL (POESIA):

  • PRIMEIRA GERAÇÃO - NACIONALISTA OU INDIANISTA: lusofobia; valorização da pátria, dos heróis nacionais e do passado histórico; autores: Gonçalves de Magalhães (Suspiros poéticos e saudades) e Gonçalves Dias (Canção do Exílio, I-Juca Pirama);
  • SEGUNDA GERAÇÃO - ULTRA-ROMÂNTICA OU "MAL DO SÉCULO": angústica, dor, escapismo, infância e morte ("mal do século); autores: Álvares de Azevedo (Lira dos XX anos; Noite na Taverna); Casimiro de Abreu (Meus oito anos) e Fagundes Varela.
  • TERCEIRA GERAÇÃO - SOCIAL E LIBERTÁRIA - "CONDOREIRA": aprofundamento do espírito nacionalista, do liberalismo e da poesia social e libertária (condor= ave que consegue voar acima da Cordilheira dos Andes); autor: Castro Alves, o poeta dos escravos, cujos temas eram a escravidão, a república e o amor erótico (Navio Negreiro).

ROMANTISMO NO BRASIL (PROSA):

TIPOS DE ROMANCE (ambientação, temática e autores):

  • Corte: romances urbanos (retratavam a vida social da época sem grande aprofundamento psicológico; cenário: cidade grande, a corte; falava da vida social do RJ, de suas festas, os saraus e de passeios no campo ou no litoral);
  • Província: romances regionalistas (relacionamento do homem com o ambiente físico, descrevendo várias partes da paisagem brasileira), históricos e indianistas (valorização de nossas origens, transformando as nossas personagens em grandes heróis - índio = "bom selvagem").

ROMANCES URBANOS (autores e obras):

  • Joaquim Manuel de Macedo (A Moreninha);
  • José de Alencar (Senhora);
  • Manuel Antônio de Almeida (Memórias de um sargento de milícias).

ROMANCES REGIONALISTAS (autores e obras):

  • José de Alencar (O gaúcho);
  • Bernardo Guimarães
  • Visconde de Taunay
  • Franklin Távora

ROMANCES HISTÓRICOS (autores e obras):

  • José de Alencar (As minas de prata)
  • Visconde de Taunay

ROMANCES INDIANISTAS:

  • José de Alencar (Iracema, Guarani, Ubirajara)

O TEATRO ROMÂNTICO

  • Martins Pena: comédias de costumes - crítica a muitos aspectos da vida brasileira da época. Obra: O Noviço.

ATIVIDADE:
Leia, com atenção, os dois textos abaixo e responda, por meio de comentários às questões a seguir:

01- Como é a visão da mulher nos dois textos?

02- Retire dos dois textos alguns exemplos de figuras de linguagem.

03- A que gênero literário pertencem os dois textos? Justifique.

04- Que funções de linguagem estão presentes nos dois textos?

05- Qual dos dois textos aproxima-se da visão do amor nos dias atuais?Justifique sua resposta?

06- Que características românticas você encontra no texto "Minha Musa"?

07- Qual é a sua concepção de mulher (ou homem) ideal em um namoro? Justifique sua respostas.

08- O que você entende pela expressão "martela o martelão" no texto "Cerol na mão".

09- Em sua opinião, quem deveria tomar iniciativa em um namoro - o homem ou a mulher? Por quê?

10- Faça um poema que tenha como tema o relacionamento amoroso e envio-o para o e-mail mmacieldealmeida@yahoo.com

MINHA MUSA
MARCELO MACIEL DE ALMEIDA
À Eithne Ní Bhraonnain, minha eterna musa

Pintaste o céu com estrelas
de todas, és a mais bela!

Quando escrevo, penso sempre em ti
e vôo até as estrelas!

Minha doce Musa, Menina peregrina
Amar-te é meu único fado...

Doce estrela celta, doce canto etéreo,
Abraçar-te é meu único desejo...

Guardo-me para ti, para um dia poder tocar-te,
como toco as teclas de um piano!!!

Amada, Estrela celeste, Bardo incansável
Da tua torre de marfim, compuseste os sons mais puros e límpidos!!!

Meu amor por ti é infinito!
Se pintar o céu com estrelas é teu doce ofício,
o meu é contemplar este céu azul caribenho...

CEROL NA MÃO
BONDE DO TIGRÃO
Quer dancar, quer dancar
O tigrao vai te ensinar
Quer dancar, quer dancar
O tigrao vai te ensinar
Vou passar cerol não mão
Assim Assim
Vou cortar você na mão
Vou sim vou sim
Vou aparar pela rabiola
Assim Assim
Vou trazer você pra mim
Vou sim vou sim
Eu vou cortar você na mão
Vou mostrar que eu sou tigrão
Vou te dar muita pressão
Então martela, martela
Martela o martelão
Levante a mãozinha
Na palma da mão
É o bonde do tigrao
Então martela, martela
Martela o martelão
Levante a mãozinha
Na palma da mão
É o bonde do tigrão

REFERÊNCIAS:

A obra do mestre do romantismo, disponível em http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u50.jhtm, acesso no dia 08/03/2011

Cerol na mão (Bonde do Tigrão), disponível em http://letras.terra.com.br/bonde-do-tigrao/168650/, acesso no dia 08/03/2011

Minha Musa, disponível em http://www.temploxv.pro.br/obraxv.aspx?Obra=5575&Entidade=1&idAutor=612, acesso no dia 08/03/2011

O Romantismo em Portugal, disponível em http://www.brasilescola.com/literatura/o-romantismo-portugal.htm, acesso no dia 08/03/2011

Vestibulando Digital - do Trovadorismo ao Simbolismo - profa. Edna Prado, Cultura, acesso no dia 08/03/2011

terça-feira, 23 de março de 2010

CONCURSO 190 ANOS DE UBERABA - ENSINO MÉDIO (DISSERTAÇÃO)

Em parceria com a Fundação Cultural de Uberaba, será lançado um Concurso dos”190 anos de Uberaba”, para as categorias:
· Professor ( Poema )
· Educação Infantil 4 e 5 anos (Desenho);
· Ciclo Inicial e Complementar de Alfabetização (Frase )
· 1º a 5º ano do Ensino Fundamental (Frase);
· 5ª a 8ª série e 6º a 9º ano do Ensino Fundamental (Poema) ;
· Ensino Médio (Dissertação).
REFERÊNCIAS PARA CONSULTA ( HISTÓRIA DE UBERABA)

BILHARINHO, Guido (2007). Uberaba. Dois Séculos de História - dos antecedentes a 1929. Uberaba: Arquivo Público de Uberaba.

BILHARINHO, José Soares (1980). História da Medicina em Uberaba. Volumes I a V. Uberaba: Academia de Letras do Triângulo Mineiro – Bolsa de Publicações do Município de Uberaba.

BRAGANÇA, Décio Silva (1994). A História Viva de Uberaba, O pensamento vivo de... Uberaba. Editora Vitória.

COUTINHO, Pedro dos Reis (2000). História dos Irmãos Maristas em Uberaba.Uberaba/Belo Horizonte: Arquivo Público de Uberaba/Centro de Estudos Maristas (BH).

LOPES, Maria Antonieta Borges, (2007). Da Rotoplana à Rotativa- 35 anos de histórias. Uberaba. Gráfica Vitória.

_______; BORGES, Maria Soledade Gomes ( 1998 ) Uberaba uma cidade entre sete colinas. São Paulo: Escrituras.

_______; BICHUETTE,Mônica M. T. Vale (1986). Dominicanas: Cem anos de Missão no Brasil. Uberaba: Gráfica Vitória.

_______; REZENDE, Eliane Marquez de (1984). Uberaba. ABCZ ( Associação Brasileira de Criadores de Zebu).

MENDONÇA, José (1974). História de Uberaba. Uberaba: Editora da Academia Brasileira de Letras do Triângulo Mineiro.

NABUT. Jorge Alberto (coord) (1986). Desemboque Documentário. História e Cultura. Uberaba: Fundação Cultural.

__________. Coisas que me contaram, Crônicas que escrevi. Uberaba: Editora Vitória.

PONTES, Hildebrando (1978). História de Uberaba e a Civilização do Brasil Central. Uberaba: Editora da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.

PRATA, Thomaz de Aquino (coord) (1987). Memória Arquiodiocese de Uberaba. Uberaba: Museu de Arte Sacra, Fundação Cultural de Uberaba.

SAMPAIO, Antônio Borges (1971). Uberaba: História, Fatos e Homens. Uberaba: Academia de Letras do Triângulo Mineiro.
Sites:
www.achei.com.br/busca/uberaba.html
azevedodafonseca.sites.uol.com.br
www.lokaliza.com.br/sociedade/socregi.htm
www.sitesnobrasil.com/categorias/regional/regioesmundo/americalatina/brasil/regioes/
www.sitesnobrasil.com/directorio/e/estado-mina-gerais/guias-diretorios.htm
www.bomsaber.com/1595.php
br.nget.com/Estados/Prefeituras/Minas_Gerais/index.html
www.museudapessoa.net/hotsites
www.revelacaoonline.uniube.br/portfolio/release/release_oficial.doc
www.aonde.com/indicacao/governo/20111.htm

quinta-feira, 18 de março de 2010

TROVADORISMO



A época do trovadorismo abrange as origens da Língua Portuguesa, a língua galaico-portuguesa (o português arcaico) que compreende o período de 1189 a 1418. Portugal ocupava-se com as Cruzadas, a luta contra os mouros, e estava marcado pelo teocentrismo (universo centrado em Deus, a vida estava voltada para os valores espirituais e a salvação da alma) e pelo sistema feudal (sistema econômico e político, entre senhores e vassalos ou servos), já enfraquecido, em fase de decadência. Quando finalmente a guerra chega ao fim, começam manifestações sociais de período de paz, entre elas a literatura, e em torno dos castelos feudais também desenvolveu-se um tipo de literatura que redimensiona a visão do mundo medieval e aponta para novos caminhos, essa manifestação literária é o Trovadorismo.
Os poetas e cronistas dessa época eram chamados de trovadores, pois no norte da França, o poeta recebia o apelativo trouvère (em Português: trovador), cujo radical é: trouver (achar), dizia-se que os poetas “achavam” sua canção e a cantavam acompanhados de instrumentos como a cítara, a viola, a lira ou a harpa. Os poemas produzidos nessa época eram feitos para serem cantados por poetas e músicos. Os trovadores tinham grande liberdade de expressão, entravam em questões políticas e exerceram destacado papel social. O primeiro texto escrito em português foi criado no século XII (1189 ou 1198) era a “Cantiga da Ribeirinha”, do poeta Paio Soares de Taveirós, dedicada a D. Maria Paes Ribeiro, a Ribeirinha. As poesias trovadorescas estão reunidas em cancioneiros ou Livros de canções. São três os cancioneiros: Cancioneiro da Ajuda, Cancioneiro da Vaticana e Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa (Colocci-Brancuti), além de um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei Afonso X, o Sábio. Surgiram também os textos em prosa de cronistas como Rui de Pina, Fernão Lopes e Eanes de Azuraram e as novelas de cavalaria, como A Demanda do Santo Graal.

Tipos de Cantiga.

Os primórdios da literatura galaico-portuguesa foram marcados pelas composições líricas destinadas ao canto. Essas cantigas dividiam-se em dois tipos:

Refrão, caracterizadas por um estribilho repetido no final de cada estrofe,

Mestria, que era mais trabalhada, sem algo repetitivo.

Essas eram divididas em temas, que eram: Cantigas de Amor, Amigo e de Escárnio e Maldizer. Mas com o surgimento dos textos em prosa e novelas de cavalaria, houve uma nova “classificação”, que deixou dividido em:

Lírico Amorosa, subdividida em: cantiga de amor e cantiga de amigo.

Satírica, de escárnio e maldizer.


Temas

Cantiga de Amor

Quem fala no poema é um homem, que se dirige a uma mulher da nobreza, geralmente casada, o amor se torna tema central do texto poético. Esse amor se torna impraticável pela situação da mulher. Segundo o homem, sua amada seria a perfeição e incomparável a nenhuma outra. O homem sofre interiormente, coloca-se em posição de servo da mulher amada. Ele cultiva esse amor em segredo, sem revelar o nome da dama, já que o homem é proibido de falar diretamente sobre seus sentimentos por ela (de acordo com as regras do amor cortês), que nem sabe dos sentimentos amorosos do trovador. Nesse tipo de cantiga há presença de refrão que insiste na idéia central, o enamorado não acha palavras muito variadas, tão intenso e maciço é o sofrimento que o tortura.

São cantigas que espelham a vida na corte através de forte abstração e linguagem refinada.


Cantiga de Amigo

O trovador coloca como personagem central uma mulher da classe popular, procurando expressar o sentimento feminino através de tristes situações da vida amorosa das donzelas. Pela boca do trovador, ela canta a ausência do amigo (amado ou namorado) e desabafa o desgosto de amar e ser abandonada, em razão da guerra ou de outra mulher. Nesse tipo de poema, a moça conversa e desabafa seus sentimentos de amor com a mãe, as amigas, as árvores, as fontes, o mar, os rios, etc. É de caráter narrativo e descritivo e constituem um vivo retrato da vida campestre e do cotidiano das aldeias medievais na região.


Cantigas de escárnio e de maldizer

Esse tipo de cantiga procurava ridicularizar pessoas e costumes da época com produção satírica e maliciosa.

As cantigas de escárnio são críticas, utilizando de sarcasmo e ironia, feitas de modo indireto, algumas usam palavras de duplo sentido, para que, não entenda-se o sentido real.

As de maldizer, utilizam uma linguagem mais vulgar, referindo-se diretamente a suas personagens, com agressividade e com duras palavras, que querem dizer mal e não haverá outro modo de interpretar.

Os temas centrais destas cantigas são as disputas políticas, as questões e ironias que os trovadores se lançam mutuamente.

As novelas de cavalaria - Surgiram derivadas de canções de gesta e de poemas épicos medievais. Refletiam os ideais da nobreza feudal: o espírito cavalheiresco, a fidelidade, a coragem, o amor servil, mas estavam também impregnadas de elementos da mitologia céltica. A história mais conhecida é A Demanda do Santo Graal, a qual reúne dois elementos fundamentais da Idade Média quando coloca a Cavalaria a serviço da Religiosidade. Outras novelas que também merecem destaque são "José de Arimatéia" e "Amadis de Gaula".


Autores (Trovadores)

Os mais conhecidos trovadores foram: João Soares de Paiva, Paio Soares de Taveirós, o rei D. Dinis, João Garcia de Guilhade, Afonso Sanches, João Zorro, Aires Nunes, Nuno Fernandes Torneol.

Paio Soares Taveiroos (ou Taveirós) era um trovador da primeira metade do século XIII. De origem nobre, é o autor da Cantiga de Amor A Ribeirinha, considerada a primeira obra em língua galaico-portuguesa.

Dom Dinis, o Trovador, foi um rei importante para Portugal, sua lírica foi de 139 cantigas, a maioria de amor, apresentando alto domínio técnico e lirismo, tendo renovado a cultura numa época em que ela estava em decadência em terras ibéricas.

D. Afonso X, o Sábio, foi rei de Leão e Castela. É considerado o grande renovador da cultura peninsular na segunda metade do século XIII. Acolheu na sua corte e trovadores, tendo ele próprio escrito um grande número de composições em galaico-português que ficaram conhecidas como Cantigas de Santa Maria. Promoveu, além da poesia, a historiografia, a astronomia e o direito, tendo elaborado a General Historia, a Crônica de España, Libro de los Juegos, Las Siete Partidas, Fuero Real, Libros del Saber de Astronomia, entre outras.

D. Duarte foi o décimo primeiro rei de Portugal e o segundo da segunda dinastia. D. Duarte foi um rei dado às letras, tendo feito a tradução de autores latinos e italianos e organizando uma importante biblioteca particular. Ele próprio nas suas obras mostra conhecimento dos autores latinos. São obras suas: Livro dos Conselhos; Leal Conselheiro; Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda a Sela.

Fernão Lopes é considerado o maior historiógrafo de língua portuguesa, aliando a investigação à preocupação pela busca da verdade. D. Duarte concedeu-lhe uma tença anual para ele se dedicar à investigação da história do reino, devendo redigir uma Crônica Geral do Reino de Portugal. Correu a província a buscar informações, informações estas que depois lhe serviram para escrever as várias crônicas (Crônica de D. Pedro I, Crônica de D. Fernando, Crônica de D. João I, Crônica de Cinco Reis de Portugal e Crônicas dos Sete Primeiros Reis de Portugal). Foi “guardador das escrituras” da Torre do Tombo.

Frei João Álvares a pedido do Infante D. Henrique, escreveu a Crônica do Infante Santo D. Fernando. Nomeado abade do mosteiro de Paço de Sousa, dedicou-se à tradução de algumas obras pias: Regra de São Bento, os Sermões aos Irmãos do Ermo atribuídos a Santo Agostinho e o livro I daImitação de Cristo.

Gomes Eanes de Zurara, filho de João Eanes de Zurara. Teve a seu cargo a guarda da livraria real, obtendo em 1454 o cargo de “cronista-mor” da Torre do Tombo, sucedendo assim a Fernão Lopes. Das crônicas que escreveu destacam-se: Crônica da Tomada de Ceuta, Crônica do Conde D. Pedro de Meneses, Crônica do Conde D. Duarte de Meneses e Crônica do Descobrimento e Conquista de Guiné.


Algumas cantigas:


CANTIGA DE AMOR - Paio Soares de Taveirós

No mundo non me sei parelha,

Mentre me for’como me vay

Ca já moiro por vos – e ay!

Mia senhor branca e vermelha,

Queredes que vos retraya

Quando vus eu vi em saya!

Mao dia me levantei,

Que vus enton non vi fea!

E, mia senhor, des aquel di’ ay!

Me foi a mi muyn mal,

E vos, filha de don Paay

Moniz, e bemvus semelha

D’aver eu por vos guarvaya

Pois eu, mia senhor d’alfaya

Nunca de vos ouve, nem ei

Valia d’ua correa.


CANTIGA DE AMIGO - El-rei Dom Dinis

- Ai flores, ai flores do verde pino,

Se sabedes novas do meu amigo?

Ai, Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,

Se sabedes novas do meu amado?

Ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo, Aquel que mentiu do que pôs comigo?

Ai, Deus, e u é?


CANTIGA DE ESCÁRNIO - Dom Afonso Sanches

Conheceis uma donzela

Por quem trovei e a que um dia

Chamei dona Berinjela?

Nunca tamanha porfia

Vi nem mais disparatada.

Agora que está casada

Chamam-lhe Dona Maria.

Algo me traz enojado,

Assim o céu me defenda:

Um que está a bom recato

(negra morte o surpreenda

e o Demônio cedo o tome!)

quis chamá-la pelo nome

e chamou-lhe Dona Ousenda.

Pois que se tem por formosa

Quanto mais achar-se pode,

Pela Virgem gloriosa!

Um homem que cheira a bode

E cedo morra na forca

Quando lhe cerrava a boca

Chamou-lhe Dona Gondrode.


CANTIGA DE MALDIZER -

Afonso Eanes de Coton

Maria Mateu, daqui vou desertar.
De cona não achar o mal me vem.
Aquela que a tem não ma quer dar
e alguém que ma daria não a tem.
Maria Mateu, Maria Mateu,
tão desejosa sois de cona como eu!

Quantas conas foi Deus desperdiçar
quando aqui abundou quem as não quer!
E a outros, fê-las muito desejar:
a mim e a ti, ainda que mulher.
Maria Mateu, Maria Mateu
tão desejosa sois de cona como eu!


FONTES:

http://www.brasilescola.com/literatura/trovadorismo.htm

http://cseabra.utopia.com.br/poesia/poesias/0643.html

http://pt.wikisource.org/wiki/No_mundo_non_me_sei_parelha

http://outrosversos.blogspot.com/2007/12/conheceis-uma-donzela-por-quem-trovei-e.html

http://arvoresdeportugal.free.fr/OHomemeaArvore/Textos%20literarios/AiFloresAiFloresdoVerdePinoElreidomDinis.htm

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