1- FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
1.1-
FRASE:
todo enunciado de sentido completo, podendo ser formada por uma só
palavra ou por várias, podendo ter verbos ou não. Exprime, por meio
da fala ou da escrita: ideia, emoções, ordens e apelos.
Define-se pelo seu propósito
comunicativo (= capacidade de, num intercâmbio linguístico,
transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é
utilizada).
Exemplos:
Luiz e Sefany são namorados.
Espantoso!
Não vá embora.
Obs.: frase sem verbo = frase nominal.
As frases classificam-se em:
1.1.1-
Declarativa:
faz uma declaração. “Os olhos luziam de muita vida...” (Machado
de Assis)
1.1.2-
Interrogativa:
utiliza uma pergunta. “Entro num drama ou saio de uma comédia?”
(Machado de Assis)
1.1.3-
Exclamativa:
expressa sentimento. “Que imenso poeta, D. Guiomar!” (Machado de
Assis)
1.1.4-
Imperativa:
dá uma ordem ou pedido. “Chegue-se mais perto...” (Machado de
Assis)
1.1.5-
Optativa:
expressa um desejo. "Tomara que você passe na prova".
Na
língua
falada,
a frase é caracterizada pela entoação, que indica nitidamente seu
início e seu fim. A entoação pode vir acompanhada por gestos,
expressões do rosto, do olhar, além de ser complementada pela
situação em que o falante se encontra (contexto linguístico).
Na
língua
escrita,
a entoação é representada pelos sinais de pontuação (= melodia
frasal). Desaparecendo a situação viva, o contexto é fornecido
pelo próprio texto, o que acaba tornando necessário que as frases
escritas sejam linguisticamente mais completas. Essa maior
complexidade linguística leva a frase a obedecer as regras gerais da
língua. Portanto, a organização e a ordenação dos elementos
formadores da frase devem seguir os padrões da língua. Por isso é
que:
*As meninas estavam alegres.
(Sujeito simples: As meninas; verbo de
ligação: estavam; predicado nominal: estavam alegres; predicativo
do sujeito: alegres)
*Alegres meninas estavam as. Não é
considerada uma frase da língua portuguesa.
2-
ORAÇÃO: É
o enunciado com sentido que se estrutura com base em um verbo.
2.1- Orações coordenadas: são
orações independentes entre si.
2.1.1- Oraçôes coordenadas
assindéticas: são
orações que não apresentam conjunções.
2.1.2- Orações coordenadas
sindéticas:
são orações que apresentam conjunções.
2.2- Classificação das Orações
Coordenadas Sindéticas
De acordo com o tipo de conjunção
que as introduz, as orações coordenadas sindéticas podem ser:
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.
a)
Aditivas
Expressam ideia de adição,
acrescentamento. Normalmente indicam fatos, acontecimentos ou
pensamentos dispostos em sequência. As conjunções coordenativas
aditivas típicas são "e"
e "nem"
(= e + não). Introduzem as orações coordenadas sindéticas
aditivas.
Ex.:
Paulo
estuda e
trabalha.
As
orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas pelas
locuções não só... mas
(também), tanto...como, e
semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas quando se pretende
enfatizar o conteúdo da segunda oração. Veja:
Chico
Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe muito
bem.
Não só provocaram graves problemas,
mas (também) abandonaram os projetos de reestruturação social do
país.
Obs.: como a conjunção "nem"
tem o valor da expressão "e
não", condena-se na
língua culta a forma "e
nem" para introduzir
orações aditivas.
b)
Adversativas
Exprimem fatos ou conceitos que se
opõem ao que se declara na oração coordenada anterior,
estabelecendo contraste ou compensação. "Mas" é a
conjunção adversativa típica. Além dela, empregam-se: porém,
contudo, todavia, entretanto
e as locuções no entanto,
não obstante, nada obstante.
Introduzem as orações coordenadas sidéticas alternativas.
Exs:
"O
amor é difícil, mas
pode luzir em qualquer ponto da cidade." (Ferreira Gullar)
O
país é extremamente rico; o povo, porém, vive em profunda miséria.
Tens
razão, contudo
controle-se.
Renata
gostava de cantar, todavia
não agradava.
O
time jogou muito bem, entretanto
não conseguiu a vitória.
Saiba que algumas vezes, a adversidade
pode ser introduzida pela conjunção "e".
Isso ocorre normalmente em orações coordenadas que possuem sujeitos
diferentes.
Por
Exemplo:
Deus
cura, e
o médico manda a conta.
Nesse ditado popular, é clara a
intenção de se criar um contraste. Observe que equivale a uma frase
do tipo: "Quem cura é Deus, mas
é o médico quem cobra a conta!"
-
A conjunção "mas"
pode aparecer com valor aditivo.
Ex:
Camila
era uma menina estudiosa, mas
principalmente esperta.
c) Alternativas: Expressam
ideia de alternância de fatos ou escolha. Normalmente é usada a
conjunção "ou".
Além dela, empregam-se também os pares: ora...
ora, já... já, quer... quer, seja... seja,
etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas alternativas.
Exs:
Diga
agora ou
cale-se para sempre.
Ora
age com calma, ora
trata a todos com muita aspereza.
Estarei
lá, quer
você permita, quer
você não permita.
Obs.: nesse último caso, o par
"quer...quer"
está coordenando entre si duas orações que, na verdade, expressam
concessão em relação a "Estarei lá". É como
disséssemos: "Embora
você não permita, estarei lá".
d) Conclusivas: Exprimem
conclusão ou consequência referentes à oração anterior. As
conjunções típicas são: logo,
portanto e pois
(posposto ao verbo). Usa-se ainda: então,
assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso,
etc. Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas.
Exs:
Não
tenho dinheiro, portanto
não posso pagar.
A
situação econômica é delicada; devemos, pois,
agir cuidadosamente.
O
time venceu, por isso
está classificado.
Aquela
substância é toxica, logo
deve ser manuseada cautelosamente.
e) Explicativas: Indicam
uma justificativa ou uma explicação referente ao fato expresso na
declaração anterior. As conjunções que merecem destaque são:
que, porque e pois (obrigatoriamente anteposto ao verbo). Introduzem
as orações coordenadas sindéticas explicativas.
Exs:
Vou
embora, que
cansei de esperá-lo.
Diego
devia estar cansado, porque
estudou o dia inteiro.
Cumprimete
Josy, pois
hoje é o seu aniversário.
Atenção:
Cuidado para não confundir as orações
coordenadas explicativas
com as subordinadas
adverbiais causais. Observe
a diferença entre elas:
- Orações Coordenadas
Explicativas:
caracterizam-se por fornecer um motivo, explicando a oração
anterior.
Ex.:
A criança devia estar doente, porque
chorava muito. (O choro da criança não poderia ser a causa de sua
doença.)
-
Orações Subordinadas Adverbiais Causais:
exprimem a causa do fato.
Ex.:
Henrique está triste porque
perdeu seu emprego. (A perda do emprego é a causa da tristeza de
Henrique.)
Note-se também que há pausa
(vírgula, na escrita) entre a oração explicativa e a precedente e
que esta é, muitas vezes, imperativa, o que não acontece com a
oração adverbial causal.
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